O
PT reúne seu diretório nacional nesta sexta-feira. Há sobre a mesa
três problemas: um governo na UTI do PMDB, um coletor de verbas na
carceragem da Polícia Federal e um partido a caminho da cova. Os
dirigentes petistas estão tontos. Não têm nada razoável a dizer a
respeito de nenhum desses temas. Não dispondo de uma solução,
convivem com a meia-sola.
Num
momento em que a palavra impeachment caiu no gosto de 63% dos
brasileiros, convém tourear os humores de Eduardo Cunha e Renan
Calheiros, os peemedebistas que presidem a Câmara e o Senado. E
Michel Temer revelou-se um interlocutor mais promissor do que o
ministro petista Aloizio Mercadante, detestado por ambos. De resto, é
melhor ter o vice como coordenador do que como conspirador político.
Numa
hora em que a conjuntura começa a roer até o prestígio de Lula, o
cinismo é o mais próximo que o PT consegue chegar da honestidade.
Um líder honrado que comanda uma ilicitocracia há
12 anos e continua enrolado na bandeira da moralidade já não
consegue retirar o partido do rumo do cemitério. Mas pelo menos
concede ao PT o último privilégio de poder escolher o seu próprio
caminho para o inferno.
(Josias
de Souza)